segunda-feira, 10 de novembro de 2008

sobre a inspiração

se diz poeta
mas quando senta
olha o branco papel
e nada escreve
um mortal silêncio
o acomanha

não há musa por quem chorar
viver ou não se tornou um detalhe
virou niilista
precisa o homem se tornar imortal?
a aclamação pública é legítima, desejável?
se ele não é feliz
porque então não é triste?
nada parece plausível
escrever é inútil
na melhor hipótese
um exercício capaz de nos fazer
esquecer de nós mesmos
um breve instante impessoal
dez minutos de calmaria
em meio ao furacão.

Um comentário:

David José disse...

10 minutos de calmaria ... é bem por ai.