quinta-feira, 30 de julho de 2009

cinco dias e seis noites

Ao te ver assim deitada, com olhos famintos, incansáveis. Com o cabelo ainda meio úmido pelo suor, suas mãos trêmulas procurando algo ao qual se agarrar. A respiração forte de quem se recupera do orgasmo, olho-te assim e ao ver-te desse jeito tenho calafrios. E não há poesia nem metafísica que seja capaz de me embriagar mais do que seus lábios inda roxos pelo vinho com um doce sabor de conhaque. Mesmo que já tenha chegado ao orgasmo, hoje não cansarei de te satisfazer.sou tentado a me cortar para que com meu sangue morno possas se banhar em um ritual de volúpia e devassidão. Hoje, essa noite, nada mais importa e o mundo todo se resume em seus gemidos. E,cada vez que os ouço, certeza tenho de que é aqui que eu quero ficar e para isso que eu vim. Hoje você é minha. Sem pressa. Na leveza e lentidão de seus suspiros. Até o primeiro raio da manhã estuprar a densa noite. presa em meus braços hoje você é minha. Sem escolha e sem saída. dominada pelo sexo violento, entre dores, arranhões e sangue te mostrarei um pedaço de nosso paraíso. De nosso paraíso artificial. e depois? que se foda o depois. depois conversaremos um pouco enquanto fumo meu último cigarro.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

faltam-me palavras para descrever o desencanto
a humanidade é uma taça de vinho coalhada
o amor é um álbum de fotografias perdido
seus lábios são como narcótico comum
preciso de solidão e anonimato.