quinta-feira, 26 de março de 2009

Summer´s love story

em meus braços foste a puta mais insana
de todos cabarés
na moldura de minha cama
berraste com o fazem as cadelas
cheia de lascívia e devaneios
não existe e nem existirá
um adorador mais fiel
de teu sexo desabrochado
seu líquido mais delicado e misterioso
fiz questão de sorvê-lo
como de posse de um narcótico
como um viciado à busca da última gota
em dias de lua cheia e de calor insuportável
imploravas para que pudesses sentir
o beijo de meu chicote
eu sempre fazia tuas vontades
teus desejos imprevisíveis
teu tesão incontrolável
que ora me desejava, ora me odiava..
ora me queria por perto, outrora um par de peitos
e assim se deu nosso amor
um amor do jeito que tem que ser
forte.intenso.dolorido.bruto.
(e curto).

quarta-feira, 18 de março de 2009

Prazer e dor: ensaios sobre substâncias, parte 2

L.S.D- o que dizer sobre ele senão de cores que explodem e se misturam no ar formando desenhos e semblantes de pessoas mortas a décadas e de algumas que ainda estão por nascer?Alguém é capaz de duvidar que um entardecer, visto pela lente do l.s.d, é sem duvida o crepúsculo mais aterrorizante e belo e imponente e alegre e deslumbrante e colorido e embriagador e sem sentido e com todo o sentido que possa haver em todas as milhas e centímetros dessa terra selvagem e vasta? A razão não pode compreender o l.s.d, as palavras não podem limitar seu mundo ilimitado e indefinido. Nem qualquer tentativa abstrato-sinestésica-pseudo-psicológica pode chegar à milésima parte de um possível entendimento. Poderia me arriscar e dizer que as cores no mundo lisérgico dançam com cheiros e texturas, como cabelos desgrenhados que, ao vento, formam figuras geométricas. E só. talvez seja a molécula responsável por nos ensinar os segredos do mundo e logo nos faz esquecer desse saber. l.s.d é esquecer do supérfulo e se concentrar na essência. É uma breve loucura que termina em riso. Que sempre termina em riso. Como a vida...

terça-feira, 17 de março de 2009

prazer e dor: ensaios sobre substâncias, parte 1

cocaína, tabaco e conversa fora

princesa alva da américa central
planta sagrada para os índios que morreram na cruz
na boca do mais antigo pajé
sendo mascada e dissolvendo amargamente
pôde revelar os segredos mais íntimos do futuro
os delírios mais belos e poéticos

em sua forma cristalizada
assimila-se com flocos de neve de uma terra distante
de um lugar bem mais pro norte
onde o sol se mostra tímido quase sempre
é como se fosse torrões de açucar
de uma realidade celestial.

a cocaína, em resumo,
é como uma amante bela e geniosa
sua beleza, seu modo sexy, sua irreverência
não são menores que sua arrogância
que sua prepotência de quem tem sempre
todos aos seus pés
ela é uma garota bela e malvada
sei que quando me seduz
prova sempre ser irresistível
e eu- insaciável.