sábado, 15 de maio de 2010

Ménage à trois,

e foi precisamente no dia em que Alessandra me propôs ir para a cama junto com uma amiga sua um dos dias mais felizes da minha vida. É evidente que essa felicidade não tem um motivo razoável para assim se manifestar; mesmo porque, qualquer homem deve presenciar algum dia isso para se por a prova e, em última instância, viver algo. Mas é que nesse dia havia algo diferente em meu espírito. Como seu eu sentisse uma espécie de demônio tomando conta de minhas ações. As palavras não eram propriedade minha, eram talvez um gargalhada de Dionísio, um baforada sagrada do cachimbo de exu. Ela, com sua beleza infinita, com suas cores indecisas, amarelo, rosa, verde, ela era pura cor e perfume. Junto com uma amiga inexperiente, nunca tinha transado com homem algum, apenas tomara algumas lambidas de meninas amigas suas. Éramos então três, o número perfeito, como todos devem saber, o número da harmonia. Eu tinha em minha posse dois corpos suados, lindos, com cheiros fortes, cheiro de sexo, conhaque e suor. Estávamos em um quarto, o meu quarto e aquelas duas pareciam embriagadas e insaciáveis. Me senti bem. Potente. Mas essas cachorras queriam mesmo era me ver fora de combate, exausto, não iria durar muito. O próprio gemido é um estimulante natural para o gozo, e as duas gritavam de puro delírio, eu me segurava. Enquanto penetrava sua amiga, Alessandra ia por trás de mim e beijava meu pescoço, mordia com seus róseos lábios a inconstância amarga de meus arrepios. Teve um momento em que parei, tive que parar, não agüentava tanto prazer, estava entorpecido pela situação, só pensava nelas, elas eram minhas deusas, minhas escravas, sensuais, prontas para me servir. Parei e deixei que elas se divertissem sozinhas. Aquela visão foi a mais terrível e angelical da qual participei. Alessandra e sua amiga, ambas arrastando-se umas nas outras, era uma coisa jovial, inocente, elas se lambiam sem vergonha uma da outra. Eram amigas de infância. Ali tinha perversão e amor. Não agüentei. Me deixei levar pelo gozo eminente. Elas adormeceram abraçadas como dois anjos e eu olhando aquela cena toda. Como todo bom orgasmo, quase cheguei a morrer nesse dia. Que morresse. Que morresse.

4 comentários:

Anônimo disse...

ménage com uma virgem é um recorde!

Flávio Borgneth disse...

Só você pra me fazer rir depois de tomar um rivitril. Sinceridade nua como deve ser. Pra brindar o Pedro só faltaram os pontos. Mas, acho que ele não teria um fim de festa se referindo ao fato de que as duas eram amigas de infancia, rs!

Mas, escuta, vcs tiraram fotos?

Paixão, M. disse...

já tinha lido o texto, demorei pra vir deixar umas palavras, rs.

é essa minha pudicícia exacerbada (?). mas como agora vivo acompanhada por anaïs e hilda (não, não é ménage à trois - mas de certa forma bem poderia ser, rs), virei sem vergonha. daí vim: delícia!

na época da bienal distribuímos uns poemas do povo de cachoeiro por aí. escolhi um seu que gosto tanto, mas não lembrava seu sobrenome. mandei o texto mesmo assim pra quem ia fazer as cópias, com um (...) pra lembrar de colocar o sobrenome depois. acabou que todas as cópias saíram assim:

"Daniel..."

me achei cretina, mas achei poético.

beijo!

Suelen Muniz. disse...
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