quinta-feira, 12 de junho de 2008

rimas que vivem com menos de um dóllar por dia

tanto tempo se passou
a vida é mesmo uma miséria
e de fato você nunca me amou
nenhum pedaço de minha matéria

se não choro, é por incapacidade
de forma alguma aceito essa realidade
grito aos deuses e à satanás
que me tirem desse jogo com um par de ás

se ainda canto, canto só para ouvir
essa triste melodia, dos chuvosos dias
olhar pela janela e ver a vida se esvair
e de fato, do que valem essas melancolias

não sei. faz frio em minha solidão
de meu peito escorre mágoas e podridão
é um contra senso perder seu perfume
desse néctar maravilhoso só restou azedume

quem nunca amou não entenderá
o sangue e a dor desses versos
desse presente maldito, desse passado perverso
digo foda-se a tudo, sem ao menos dizer "será".

6 comentários:

Cinthia Belonia disse...

Aqui, na boa, vc é ótimo, mas já tá na hora de cantar pra subir!

Um descarrego vai bem.

To na mesma merda que vc, mas não pra ficar assim.

Tirando isso: gostei das rimas, mas o que importa mesmo na poesia é que esta tenha rítmo. As suas têm. Então tá um luxo.

Daniel. disse...

descarrego? vc deve tá brincando!
as rimas de fato são melancólicas
mas o que eu poderia fazer?
falar do verde das árvores e do azul do céu...mas mesmo escrevendo desse jeito, não encaro a vida de modo tão pessimista e desiludido, tenho esperanças na vida, no amor e na arte e quando morrer morrerei sorrindo..
bom, é isso aí!

Cinthia Belonia disse...

A interpretação que podemos ter do autor, Daniel, desde a criação do blog, exceto um conto aqui e um poema acolá, é de que ele vive num quarto escuro lamentando a partida de uma única mulher.

Você pode ter escrito vários poemas pra várias mulheres, mas não há diferença alguma entre as personagens, levando a crer que só exista uma.

repito: exceto um conto aqui e um poema acolá.

A sua evolução, desde a criação do blog, mostra que o "eu lírico" deixou de querer por querer e se conformou em esquecer a pessoa que não o quer. Mesmo não tendo coragem, e até mesmo vontade, de esquecer. Quer esquecer apenas pra deixar de sofrer.

Esse é um dos problemas quando se publica o que escreve: o texto passa a pertencer a pessoa que o lê. E não adianta o autor querer contradizer. Se é isso que quer, não publique mais.

Posso pensar isso de você, assim como antes pensou que eu fosse pura, apesar de não ser.

O que escrevemos nem sempre é o que somos... mas às vezes sim.

Só que ninguém precisa saber.

Kamila Zanetti disse...

ah! essas poesias,como me fazem bem.

Daniel. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Daniel. disse...

vc tem razão, cinthia. essa temática já tá mais que batida, realmente estou de saco cheio desse eu lírico fudido que muitas vezes se confunde com quem escreve..
vou tentar respirar novos ares poéticos..e escrever sobre outras coisas..só não sei quando, mas valeu é isso ai