ele era o don juan de sua cidade
ela preservava sua virgindade
e sonhava viver um grande amor
após um ano de casados
ele finalmente conhece o amor
e faz sérias juras de fidelidade
ela, apesar de tudo,
tornou-se lésbica.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
casamento perfeito n 3
ela definitivamente não me amava
nem eu a amava
mas é que estava cansada de sofrer
por um amor perdido.
resolveu esquecê-lo comigo.
eu, lamentando meu infortunio amoroso,
aprovei a idéia.
nem eu a amava
mas é que estava cansada de sofrer
por um amor perdido.
resolveu esquecê-lo comigo.
eu, lamentando meu infortunio amoroso,
aprovei a idéia.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
casamento perfeito n. 2
ele era lindo
apesar de alcoolatra e porra louca
ela, uma psicóloga notável, inteligente, porém feia
casaram-se
ele largou a bebida
e ela gozou como nunca.
apesar de alcoolatra e porra louca
ela, uma psicóloga notável, inteligente, porém feia
casaram-se
ele largou a bebida
e ela gozou como nunca.
domingo, 20 de setembro de 2009
casamento perfeito n 1.
ela vivia em guerra com a balança.
até que conseguiu fazer uma dieta
e perdera bons quilos
casou-se com um chapeiro
se tornou vegetariana
mas o sexo tinha cheiro de bacon.
até que conseguiu fazer uma dieta
e perdera bons quilos
casou-se com um chapeiro
se tornou vegetariana
mas o sexo tinha cheiro de bacon.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
sobre a liberdade, o verde e pés descalços
ela, com o cigarro na mão ainda aceso,
arrastou a brasa em cima dos pêlos da perna dele
ele, com um certo receio,
fechou os olhos e ouviu os estalos
de seus pobres pêlos a se contorcerem.
ela, agora surpresa, tragou fundo e perguntou
se ele confiava nela.
ele, aliviado, permaneceu com os olhos fechados
e nada disse.
arrastou a brasa em cima dos pêlos da perna dele
ele, com um certo receio,
fechou os olhos e ouviu os estalos
de seus pobres pêlos a se contorcerem.
ela, agora surpresa, tragou fundo e perguntou
se ele confiava nela.
ele, aliviado, permaneceu com os olhos fechados
e nada disse.
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
carta ao filho.
Fim de tarde. Morar perto do mar tem suas melancolias. A maresia doce melando nossa pele. Não tenho do que reclamar, a lembrança de tempos juvenis me emociona. Chego a escorrer uma lágrima ingrata. Depois de velho. Velhice chega com revelações, pouco a pouco o mistério é desvelado. Você é jovem. Sonha tanta coisa. Acha que precisa viver um grande amor. Viajar. Conhecer. Pura bobagem. Toda terra é igual. Todas as línguas são a mesma. Deus não tem significado em nenhuma delas. Para que pensar, escrever poesia? Tudo é tão inútil. Melhor é ouvir um piano. Uma voz de um cara cego que canta como se soubesse de algo a mais. Você conhecerá pessoas extraordinárias, não tenha duvidas. Caso não fique trancafiado em seu mundinho, achando que não há nada pelo que lutar. Ainda há chance, nem tudo está perdido. Leve seu sonho para onde fores. Não tenha medo. Todo sonho é ridículo, mas ele é seu. E é único. Vão te criticar. Mas não deixe a preguiça te abater. Levante. Rápido. Agora. Não há muito tempo. Você é jovem, mas não é para sempre. Seja feliz. Divirta-se, mas cuidado: sempre haverá alguém para condenar sua felicidade. Pois todos temos que ser tristes, como burros de cargas, como cães malditos. Fique longe de todas as igrejas, meu filho, vá para as montanhas, lá você poderá aprender mais sobre você mesmo, sobre a natureza e o canto dos pássaros. Seja original. Seja sincero. Caso se apaixone, diga sempre ao ouvido ou aos berros. Não deixe um amor morrer no esquecimento do não falar. Diga sempre, custe o que custar
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